ROBERT BROWNING
( Inglaterra )
Robert Browning foi um poeta e dramaturgo inglês.
Nascimento: 7 de maio de 1812, Walworth, Londres, Reino Unido
Falecimento: 12 de dezembro de 1889, Ca' Rezzonico, Veneza, Itália
Foi um poeta e dramaturgo inglês cujos monólogos dramáticos o colocaram no topo dos poetas vitorianos . Ele era conhecido pela ironia , caracterização , humor negro, comentários sociais , cenários históricos e vocabulário e sintaxe desafiadores .
Foi casado com a poeta Elizabeth Barrett, autora dos famosos Sonnets from the Portuguese. Também foi publicado um livro com as cartas trocadas entre os dois. Disse Browning:" A vida tem uma significação e o meu dia a dia é procurá-la"
Principais trabalhos The Ring and the Book; Men and Women; The Pied Piper of Hamelin; Porphyria's Lover; My Last Duchess.
31 POETAS, 214 POEMAS. DO RIGVEDA A APOLLINAIRE. Uma antologia pessoal de poemas traduzidos, com notas e comentários de Décio Pignatari. Capa: Silvisa Massaro. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. 132 p.
Ex. bibl. Antonio Miranda
MINHA ÚLTIMA DUQUESA
Ali está minha última duquesa
Na parede. Parece viva. Que beleza
De obra! Fra Pandolfo não poupou esforço
E ei-la de corpo inteiro, não em busto ou torso.
Você não quer sentar-se para ver melhor?
Não por acaso mencionei o seu pintor,
Pois não costumo a estranhos olhos desvelar
A profundeza da paixão que há nesse olhar,
Que só a mim é dirigido (pois só eu
Abro a cortina), mas eu sinto, percebeu?
Que quem a vê logo se indaga: de onde veio
Esse olhar? Com você, meu caro, não receio,
É a mesma coisa. Pois eu digo: simplesmente,
A presença do esposo é pouco para a mente
Que procura a razão daquela mancha rosa
De prazer no seu rosto. Uma frase ociosa,
Talvez de Fra Pandolfo. "Eu acho que o seu manto
Cobre demais o pulso", ou: "Não pode tanto
A arte, não, reproduzir não pode o leve
Rubor em sua garganta, a ir e vir tão breve".
Galanteria cortês, não mais — o suficiente
Para fazer brilhar um rosto, de repente.
Tinha um jeito, a duques, um coração aberto
Ao gostar... ao olhar... Contentamento certo,
O dela, incerto, o meu... Ela não distinguia
Entre gozar das graças que eu lhe concedia,
O declínio da luz ao sol poente, o ramo
De cerejas que um bobo serviçal do amo
Lhe oferecia, a mula branca que montava
Pela terraça, a rir — a tudo igualava
Com uma boa palavra, ou um rubor, ao menos.
Que agradecesse, tudo bem — mas é somenos
Equiparar o dom dos novecentos anos
Do meu nome a presentes sem nome? Até planos
De dissuadi-la... Rebaixar-me a isso... O dom
Da palavra me falta... E como, alto e bom som,
Chegar a ela, assim: "Olhe, sua atitude
Me desagrada, passou do ponto, mude"?
Que aceitasse o sermão e até mostrasse medo,
Isto, para mim, seria ceder, e eu nunca cedo
Claro, meu claro, de passagem, um sorriso
Ela me dava — mas a quem não dava? Aviso
Não dei, dei ordens: os sorrisos, de imediato,
Murcharam. Mas já pode levantar-se... É fato...
Nesse retrato, agora, ela parece viva...
Podemos ir? Embaixo, a companhia festiva
Nos aguarda. Repito: a generosidade
Do conde, seu senhor, sem dúvida há de
Saber pesar a minha justa pretensão
Ao dote da menina, a cujas graças vão
Os meus melhores sentimentos. De passagem,
Olhe essa peça de escassíssima tiragem:
É um bronze de Netuno domando um delfim,
Que Claus de Innsbruck fez fundir só para mim.
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Página publicada em agosto de 2022
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